30/05/2009

Ação com conteúdo


Para quem fica em casa nos finais de semana assistir televisão pode ser um martírio. Os filmes que passam no sábado à noite e no domingo à tarde, muitas vezes, são um terror. Mas, quem não tem outro programa, ou dinheiro, a saída é improvisar ou se render aos canais abertos. Porém, podemos nos surpreender, “sábado à noite tudo pode mudar.” E foi o que aconteceu neste final de semana. A Rede Globo colocou um filme relativamente novo, de 2006, e que além de muita ação, trazia uma mensagem interessante. “Annapolis” foi uma revelação para quem ficou em casa. Uma história bem construída e que deve ter segurado muitos telespectadores acordados.
Um jovem militar entra na marinha para servir. Ele tem um ano, como recruta, para se tornar oficial ou ser dispensado. Este era o sonho da sua falecida mãe e que virou sua meta de vida. Um desejo que exigiu esforços, luta, determinação e muito autocontrole. Lá, o jovem à aspirante teve que descobrir quem era, na sua essência. Teve que aprender a pedir ajuda, a ser humilde e a perder. Sua personalidade forte, sua quase arrogância e seu autoritarismo quase colocaram tudo a perder.
Só que seu destino estava traçado e seu desejo se sobrepôs aos desafios. Não foi fácil, mas quem disse que a vida é? São nesses momentos de renúncias e decisões que descobrimos nossos verdadeiros valores. É na hora do “vamos ver” que descobrimos quem realmente somos e o que queremos. Nossa sorte é que Deus sempre coloca “anjos” ao nosso redor para guiar. O recruta teve um amigo fiel, que o ajudou, divertiu, compartilhou. E ele, foi o “Mississipi” do amigo. A pessoa que o inspirou a não desistir. E quem é o nosso “Mississipi”? Quem são as pessoas que motivam nosso dia a dia? Quem não nos deixa desistir quando as dificuldades apertam? Quem é o nosso “rio guia”?
As respostas devem ser as mais variadas. Mas, o importante é termos este momento de reflexão. O que vale é que paramos, pensamos e quem sabe até não mudamos o rumo. Saber para onde queremos ir e batalhar para chegar lá faz a diferença em nossas vidas. O filme terminou cumprindo um serviço social. Prestando mais que um apoio as pessoas que o assistiam. O diretor Justin Lin (de Velozes e Furiosos – Desafio em Tóquio) mostrou que uma história pode ter ação, conteúdo e ocupar a programação de um sábado à noite. Agora, ficamos na expectativa, será que a escolha do filme foi casual? Ou será que esse foi o primeiro de muitos outros bons filmes que passarão na TV aberta? O negócio é esperar até semana que vem...